terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

FALTA OU MÁ ORIENTAÇÃO NO SPINNING AUMENTAM AS LESÕES

Por ser uma atividade muito dinâmica a procura pelo spinning certa época virou uma febre não tardando aparecer casos de lesões graves ou afastamentos temporários, muito mais pelos excessos cometidos e/ou descuido na orientação profissional da atividade. Na sala de aula o responsável é sempre o professor.

Entre as lesões ocorridas nos praticantes de ciclismo outdoor e In Door, algumas são comuns às duas modalidades tais como as dores lombares e/ou cervicais, contraturas, distensões, tendinites e dormência entre as pernas. A posição de pegada no guidom pode gerar uma pressão prolongada levando a uma neuropatia progressiva nas mãos conhecida por síndrome do túnel do carpo. Estudos vêm sendo feitos em diversas regiões com números próximos desses: Dores lombares 65%, problemas nas pernas e joelho 18%, dores no pescoço 9%, nas costas como um todo 5% e desconforto na posição sentada 3% .

Entretanto, boa parte desses problemas poderia ser evitado por se tratar de excessos cometidos, falta de orientação e não atenção às avaliações funcionais. Algumas lesões estão ligadas às alterações biomecânicas, desequilíbrios musculares com fraqueza e/ou encurtamentos de cadeias musculares, desalinhamentos de joelho, pés planos, eqüino ou pronados e ainda os casos de perna mais curta que a outra. Convenhamos. Esses detalhes, na maioria das vezes, não são observados quando um aluno se apresenta para a aula de spinning. Já outros problemas partem da desatenção do aluno tais como altura do banco e distância do selim para o guidom, excesso de aulas, deixar-se levar às intensidades maiores do que a própria condição física permite em virtude do clima por vezes alucinante. Embora esses procedimentos sejam de responsabilidade do professor observar, o aluno deve procurar ter bom senso uma vez que, entende-se estar fazendo atividade física visando principalmente à qualidade de vida.

Apesar da evolução das bicicletas estacionárias usadas no spinning, RPM e ciclismo In Door, os ajustes ergonômicos ainda são limitados deixando de atender aos praticantes muito baixos e os muito altos cujos braços de alavancas das pernas não se adequam a nenhuma variação mecânica. 

Com isso, além da transmissão da força dos músculos para os pedais não se processar de modo eficiente, as chances de lesão aumentam. Não basta simplesmente ajustar altura do selim e a distância para guidom. O triângulo formado pelo quadril, empunhadura e pedal é importante para uma perfeita transmissão de força. Nesse componente, o tamanho dos “cranks” (pedivelas) também deve ser adequado às dimensões das pernas do aluno. Pernas mais longas, “cranks” mais longos, pernas mais curtas, cranks mais curtos. Na absoluta maioria das bicicletas estacionárias essa peça tem um tamanho padronizado. Depois de ajustada a bicicleta, estando o pedal e o “crank” na horizontal, o ideal é que o eixo de pedal esteja verticalmente alinhado com o joelho. Convenhamos. Alguém se preocupa com isso? Em longo prazo, os movimentos repetitivos podem causar dor no joelho por causa das forças vetoriais do fêmur contra a patela. O trabalho muscular nas pernas também é diferenciado. Os gastrocnêmios trabalham 37%, os posteriores de coxa e os vastos laterais 18%, retos femurais 15% e os glúteos máximo 12%. Boa parte do ciclo o vasto medial trabalha perto de 56%. Os músculos do tronco e dos membros superiores fazem um trabalho isométrico de sustentação. 

Não são apenas as lesões que as pessoas deveriam se preocupar. A higiene anda muito mal em algumas salas de spinning e podem se transformar em fonte doenças transmitidas por diversos tipos de microrganismos. Pesquisa desenvolvida no Centro Integrado da Universidade Gama Filho (UGF) em academias das zonas Norte do Rio de Janeiro detectou a existência de fungos, vírus e bactérias em vários acessórios e aparelhos de ginástica chegando a números alarmantes de mais de 1600 microrganismos por cm² em alguns selins sendo que o número de 100 por cm² já ser considerada carga microbiana alta. O calor úmido e o suor em salas mal ventiladas por si só se transforma em ambiente ideal para a proliferação dos microrganismos responsáveis pela transmissão de diversas doenças. Portanto, cuide-se. 

Um comentário:

Unknown disse...

oi..parabéns por este assunto!!!
seu blog está de mais!
bjs cibele